quinta-feira, 25 de junho de 2015

A TARDE

Saio à porta e vejo a tarde
Morna, serena e quieta
Como todas as tardes
O reflexo do sol bate nas folhas
E nos cabelos das crianças
Ando na tarde e ela me acolhe
E me acaricia
E parece então
Que também sou uma criança
Que brinca na tarde
Indo direto do chão ao paraíso.


PALAVRAS

Eu já pouco conversava
Antes desse defeito
De repetir as palavras
A culpa não é minha
A culpa é das palavras
Eu digo uma palavra
E ela fica boiando no ar
Sem nexo
Apenas a metade
Da palavra que eu quis dizer
Repito outra vez
Mas quando eu escrevo
Quando faço meus versos
A palavra sai inteira.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

A ESTRADA

Será que tem um lugar

Para ficar com você?

Tudo eu sei ia mudar

Talvez eu não ia mais chorar

Mas sigo uma estrada

Não posso demorar

No meu caminho sigo só

Você não quer me acompanhar

A saudade vou encontrar

Só vou lembrar de você

Outra estrada para mim

Não servirá, já que vou só.

O TEMPO PASSOU

Hoje acordei pensando

O tempo passou rápido

E de mim não sai

A saudade desse tempo

Tudo passou eu sei

Mas em mim ficou

Essa lembrança boa

Que eu gosto de lembrar

Em meu coração ficou

Um lugar vazio e triste

Que nunca será ocupado

Nele só entra a saudade

Do tempo que passou.

O POETA II

Em que pensas poeta?

As saudades dormem

No perfume das rosas

Do passado já perdido?

Ou lembras dos sonhos de criança?

Te pões a pensar 

Nos dias vividos

E recordas de alguém?

Por que pensar poeta

No que já passou?

São essas saudades

Que nos sonhos revives

Feliz, feliz quem dera

Voltar a primavera

Do tempo que passou.