segunda-feira, 20 de abril de 2015

DIGA A ELE

Quem o ver perdido

Andando sem rumo

Abandonado, cansado

Achando que não tem saída

Diga a ele como me sinto

Por tê-lo deixado.

Olhe em seus olhos

E veja se estão lá as estrelas

Que neles guardei.

Pergunte a ele se o mundo

Pesou-lhe depois que o deixei.

Diga a ele que estou sofrendo

Que meu coração está chorando.

ANJOS

Os anjos do senhor

Como um imenso exército

São estrelas cadentes

Que iluminam o céu.

Vêm abrir os olhos dos cegos

E glorificar os justos.

Os coros dos anjos se unem

De uma extremidade a outra do universo.

As grandes vozes do céu

Ressoam como uma trombeta

São todos convidados

A se unirem e cantarem

O hino sagrado.

O BOSQUE

Eu tive outrora na alma

Um bosque cerrado de emoções

As plantas da minha ilusão

Iam levando espaço afora.

Floriam em mim sonhos

De desejos e ambições

Era a mais linda flora

Mas veio o tempo das queimadas.

E a luz de um olhar

Também queimou meu bosque

O bosque morreu

E meus sonhos também.

O VELHINHO

Os anos se passaram

Seus cabelos brancos ficaram

Sua pelo já não é mais a mesma

Sua voz é trêmula.

Tem as pernas fracas

Anda apoiado

Nas mãos dos netinhos

Filhos dos seus filhos queridos.

E assim vai vivendo esse velhinho

Nesse fim de estrada

Que a vida escolheu

Às vezes ri, outras chora.

Hoje se olha no espelho

Vê a verdade na cor

Dos cabelos que o tempo marcou

Mas ainda sabe sorrir.

CIGANA

Eu vivo ao sol como cigana

Nas noites olho a lua e as estrelas

Sou pobre, sou feliz

Ando com os bolsos vazios.

À noite, ouço serenatas

E quem vive de amor nunca é pobre

Não invejo ninguém

Quando chega a noite.

Vêm a mim as lembranças

E recordo do baile fascinante

E também do rapaz elegante

Mas vivo como cigana.

O RETRATO

Pedi ao céu suas cores
E os mistérios da noite
Queria pintar teu corpo
Com um colorido mais belo.
Do meu sonho usei as cores
E da luz, a pureza
Quando guardei os pinceis
Pensei, enfim  está pronto.
Olhando vi algo secreto
Que não pude entender
Ficaste incompleto
Na tela do meu olhar.
O que tens, menino lua
Nesse olhar matreiro
Que não consigo pintar
O teu corpo inteiro?

SONHO DOURADO

Cansada de tanto escuro
Pus colorido em meus sonhos
E guardei em minha alma
O arco-íris risonho.
O coração cor de sangue
E os atalhos de azul claro
De prata essa lua
Que tem ciúme dos meus versos.
Da cor do céu meus amores
As nuvens douradas também
Dos meus sonhos que persistem
A vida que em mim existe.
De lilás teus carinhos
De amarelo os caminhos
De branco tudo que guardo
Desse meus sonho dourado.

RASTROS DE MÁGOA

Se a vida separou nossos caminhos
Há razão para que volte.
Ficaram rastros de mágoa
Passos rudes na calçada
Palavras com gosto de dor.
Se agora não te quero
É porque aqui ficou
Meu coração mal cuidado
E no meu peito a marca da dor.
Agora, já passado longo tempo
Tenho um pressentimento
Que me dá calafrio
Algo me diz que terás ainda
Algum inverno  frio.

terça-feira, 14 de abril de 2015

NOVO AMOR


Jurei não mais amar
Matei meus sentimentos
Adeus é renunciar numa agonia
A esperança que ainda palpita.

E a natureza além revive agora
E a existência por viver mais bela
Novas delícias, novo amor
E o coração de lágrimas se vela.

O TEMPO PASSA


Escrevendo conto ideias
Do tempo que vai passando
Rápido passam as horas
Sem suspiros, sem compasso.

As linhas apressadas
Nos intervalos escapam
Nos espaços vazios, uma lembrança
Do primeiro namorado.

O pensamento trabalha
A caneta desliza nas linhas
E assim as ideias vão saindo
E as horas vão passando.

sábado, 4 de abril de 2015

SEU OLHAR

Seu olhar é distante como a lua
E a ânsia de um sonho
Esquivo como um pássaro
Quando se sente aprisionado.

Seu olhar é triste como a tempestade
Quando quer esquecer suas lembranças
Seu pranto rola pela face
Quando viaja rumo às distâncias.

Olhar travesso com expressão ausente
Um olhar que tanto diz sem dizer nada
Segredos guardados e sem culpa
Olhos que voam pelo espaço.

MISTÉRIOS

Me sentindo tão pequena
Na amplidão do espaço
Minúscula parte do Universo
Na imensidão do vazio.

Deixava-me abraçar
Pelos mistérios da noite
As ideias lutavam entre si
Buscando seus critérios.

Não estava nem triste, nem só
Simplesmente estava
Rodeada pelos mistérios
De vazio, de nada.

TERRA MOLHADA

Hoje eu quero passar
Pelos mesmos caminhos
Dessa terra molhada
E por todos os labirintos

O perfume que vem
Da terra molhada
Regada por vezes
Com o pranto da alma.

Aqui fico a lembrar
Que a chuva na terra
Faz-me despertar
Num abraço que voltei a encontrar

Enterrei velhas lembranças
Tantas coisas esquecidas
Já me esperavam rendidas
Por elas pude voltar.

MINHA HISTÓRIA

Estou feliz por despertar a cada dia
E saber que ainda estou viva
Olhar a vida que fez a minha história
E agradecer a Deus.

Não sei por que estou rindo
Mesmo sem saber o motivo
Já não estou tão forte
Mas creio num mundo melhor.

E possuir um coração feliz
Por tudo que lhe é dado
Ter sentimentos puros
E sentir que são correspondidos.

Mas é difícil, não é fácil
Quando penso que sou feliz
A felicidade já escapou
Deixando meu coração dolorido.

É que a felicidade não tem dono,
Ela escolhe a dedos alguém
E logo vai embora
Buscar outro para seduzir.

Quanto custa encontra-la
E perdê-la a qualquer hora
Quando nada suspeitamos
Ela escapa de repente e vai embora.